Accountability no trabalho
Refletir sobre confiança me leva instantaneamente a pensar sobre accountability.
Além de gerar confiança, essa habilidade aumenta as chances de chamarem você para oportunidades cada vez mais relevantes, além de melhorar sua reputação e auto-estima. Quem nunca experimentou a incrível sensação de ser reconhecido por ser alguém em quem se pode confiar?
Aqui estão alguns dos meus aprendizados relacionados ao livro Accountability no Trabalho, da Carolyn Taylor:
1. O que é accountability, afinal?
Não é possível traduzir essa palavra para o português e Carolyn acredita que a falta de tradução em algumas línguas pode influenciar na compreensão e, por consequência, na integração do comportamento de accountability naquele local. Logo, fica mais desafiador desenvolvermos um comportamento que é uma mistura entre comprometimento, senso de responsabilidade e prestação de contas.
“Accountability é a capacidade de alguém ou um grupo satisfazer as expectativas de um terceiro” diz Carolyn. O processo se resume a um pedido, uma promessa e o cumprimento do que foi prometido. Parece simples mas não é, uma vez que toda promessa exige um alto nível de comprometimento e gerenciamento de riscos.
2. As promessas são a essência do accountability.
A autora sugere que ao olharmos nossos compromissos e responsabilidades como uma promessa, tudo muda, pois automaticamente despertamos sentimentos de integridade e honra.
Muitas vezes fazemos promessas sem estarmos realmente comprometidas, seja por falta de vontade e/ou recursos. Ao invés de dizermos logo sim (muitas vezes para não decepcionar o outro), precisamos avaliar se podemos realmente nos comprometer ou se é mais adequado expressamos uma intenção. Intenção é dar o seu melhor, mas não a garantia, a promessa.
3. O cumprimento da promessa também é responsabilidade de quem solicitou.
A responsabilidade do Solicitante começa antes da promessa ser feita e termina quando ela é cumprida. Aliás, a maioria das promessas não são cumpridas por conta de acordos mal feitos antes do momento do aceite, sendo a falta de clareza uma das maiores questões.
Quando há envolvimento pessoal, há mais comprometimento. Sabendo disso, o Solicitante precisa, antes de tudo, envolver o concedente (quem recebeu o chamado) no desafio, fazendo com que ele externe seu ponto de vista, contribua com ideias e assim, desperte sua motivação de maneira genuína. É o que a Carolyn chama de “conversa de comprometimento”.
Ao longo do processo, a ideia é que se mantenha um ritual de acompanhamento do projeto, onde o solicitante deve ajudar o concedente a remover barreiras para o cumprimento da promessa, como um Coach.
4. A habilidade de prever e reduzir riscos é fundamental
Segundo a autora, esse é um dos principais pontos que diferencia as pessoas que entregam resultados das que não entregam.
Desde antes de nos comprometermos precisamos prever, avaliar e mitigar os riscos que podem dificultar o cumprimento da promessa. Perguntas que podem ajudar aqui são: “O que poderia acontecer que colocaria essa promessa em perigo? O que eu poderia fazer para minimizar este impacto?”.
5. Colocar-se dentro do problema
Sabemos que nem todos os riscos podem ser previstos. E quando algo assim acontecer, a melhor atitude é nos colocarmos dentro do problema, o que Carolyn chama de ”acima da linha”. Neste lugar, somos responsáveis pelo risco e aptas a aprender e solucionar as questões de maneira mais rápida. O caso contrário seria “abaixo da linha”, ou seja, fora do problema, no lugar da vítima, onde dificilmente teremos uma solução eficiente e criativa.
Além de ser uma habilidade que envolve comprometimento, senso de responsabilidade e prestação de contas, accountability gera reputação e confiança entre nós e os outros, mas principalmente com nós mesmas.